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Vitiligo e os fatores autoimunes

A associação do vitiligo com doenças autoimunes e presença de anticorpos circulantes no soro de pacientes com vitiligo dão fundamento à participação da imunidade humoral na patogênese da doença. Os distúrbios da tireóide, particularmente tireoidite de Hashimoto e doença de Graves, são comumente associados com vitiligo, assim como outras endocrinopatias, tais como doença de Addison e diabetes mellitus. Alopecia areata, anemia perniciosa, lupus eritematoso sistêmico, doenças inflamatórias intestinais, artrite reumatóide, psoríase e síndrome poliglandular também podem estar associados, embora o significado de algumas destas associações ainda seja controverso.

Patogênese autoimune

O argumento mais convincente para a patogênese autoimune foi a demonstração de auto-anticorpos circulantes no soro de pacientes com vitiligo, dirigidos especificamente contra os antígenos de superfície celular dos melanócitos, através de diversas técnicas: imunoprecipitação, imunofluorescência indireta, immunoblotting e ELISA. Os níveis destes anticorpos parecem estar correlacionados com a extensão e atividade da doença, e 80% dos indivíduos acometidos têm autoanticorpos circulantes contra antígenos de superfície dos melanócitos, que são citotóxicos para os melanócitos normais e células de melanoma in vitro e in vivo.
Autoanticorpos de órgãos-específicos, como os anticorpos antitireoglobulina e antimicrossomal, presentes nas tireoidites autoimunes e anticorpos  anticélulas parietais gástricas, detectados em pacientes com anemia perniciosa,  também são frequentemente elevados em pacientes com vitiligo, em comparação com grupos controle. Onay et al., corroborando a teoria autoimune do vitiligo, sugeriram que uma alteração no gene mannose-binding lectin 2 (Mbl-2), devido a polimorfismo localizado no códon,  aumenta a predisposição a infecções e doenças autoimunes, podendo desencadear  maior susceptibilidade ao vitiligo. A lecitina ligante de manose (Mbl) é uma proteína sérica cálcio dependente sintetizada no fígado, que tem uma importante função na imunidade inata do hospedeiro, pela sua ligação de alta afinidade a resíduos de manose ou a outros carboidratos componentes de vírus, de bactérias e de leveduras.